O uso de telas na infância se tornou uma realidade incontestável na sociedade contemporânea. Em um mundo cada vez mais digital, as crianças têm ficado imersas em um universo de smartphones, tablets e computadores, fenômeno global que traz consigo uma série de questionamentos sobre os impactos desse hábito na vida dos pequenos.
O cenário educacional, por exemplo, ilustra bem essa realidade: escolas e famílias se deparam com o desafio de integrar as telas de maneira benéfica ao aprendizado, ao mesmo tempo em que precisam prevenir a distração e a perda de interação social presencial.
Durante a pandemia de COVID-19, esse uso se acentuou e essa mudança repentina deu luz a preocupações crescentes quanto aos impactos da exposição a telas na saúde e no desenvolvimento infantil. Continue a leitura para entender!
Não é novidade para ninguém que o uso de telas no Brasil é uma prática comum entre pessoas de todas as idades. Contudo, uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, publicada no American Journal of Health Promotion, revelou um aumento significativo no tempo gasto em frente às telas para fins de lazer.
Essa pesquisa, conduzida entre 2016 e 2021 com 265 mil pessoas, mostrou que o tempo médio dedicado a celulares, computadores e tablets (CCT) subiu de 1,7 para 2 horas por dia.
E quando voltamos a lupa ao uso de telas na infância, os dados são tão assustadores quanto. Devido à crescente integração da tecnologia no cotidiano das crianças, telas — como smartphones, tablets e televisões — passaram a ser um elemento constantemente presente na vida delas, contexto que impõe alguns desafios.
Segundo o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), o uso de telas na infância tem demonstrado aumento significativo no Brasil. Em um estudo recente, foi observado que crianças entre 9 e 11 anos passam em média três horas por dia em frente às telas, número que tende a aumentar com a idade.
Entretanto, a exposição excessiva a telas pode levar a problemas como atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldades de atenção e problemas de sono. Por outro lado, quando utilizadas de forma moderada e sob supervisão, as telas podem ser ferramentas úteis de aprendizado e entretenimento. O uso saudável de telas envolve limitar o tempo de exposição e garantir que o conteúdo seja apropriado para a idade.
Ou seja, o equilíbrio é a chave. Por isso, é recomendado que o tempo de tela seja limitado e que as atividades sejam diversificadas, incluindo brincadeiras ao ar livre, leitura e interações sociais.
O diálogo entre pais, educadores e profissionais de saúde também é fundamental para orientar um uso saudável e responsável das telas por crianças.
Durante a pandemia de COVID-19, o uso de telas aumentou consideravelmente, especialmente entre crianças e adolescentes. Afinal, o distanciamento social — essencial para conter a disseminação do vírus — fez com que muitos aspectos da vida cotidiana migrassem para o ambiente digital, incluindo a educação.
Recentemente, uma pesquisa realizada pela IFF/Fiocruz destacou que, durante a pandemia, o tempo de tela das crianças aumentou consideravelmente. O isolamento social, o fechamento das escolas e a necessidade de manter as crianças em casa contribuíram para que elas passassem mais tempo em frente a dispositivos como tablets, smartphones e computadores.
Contudo, esse aumento no uso de telas ocorreu tanto para fins educacionais, como aulas online, quanto para entretenimento, como jogos e vídeos.
Esse aumento no uso de telas traz implicações importantes para o desenvolvimento infantil. Enquanto, por um lado, as telas podem ser ferramentas úteis de aprendizado e uma fonte de entretenimento, por outro, o uso excessivo pode ter efeitos sobre a saúde física e mental dos pequenos.
O desafio agora é adaptar-se a um mundo pós-pandêmico, no qual o uso de telas ainda é uma realidade, mas deve ser balanceado com outras atividades essenciais para o desenvolvimento saudável das crianças. A pandemia mudou muitos aspectos da nossa vida, e o uso de telas na infância é definitivamente um deles.
Diante desse cenário, tornou-se ainda mais importante estabelecer regras saudáveis de uso de telas na infância e promover atividades alternativas, como brincadeiras ao ar livre.
Bom, como já mencionamos, o uso de telas na infância é um tema de crescente preocupação na sociedade moderna, e com razão.
Especialistas do Hospital de Saúde Mental do Ceará alertaram sobre os perigos desse uso excessivo, associando-o a problemas como irritabilidade, ansiedade, depressão, déficit de atenção, hiperatividade, alterações do sono, mudanças alimentares, dependência digital, sedentarismo, baixa autoestima, prejuízo escolar e bullying.
Segundo dados disponibilizados pelo Governo Federal no portal “Participa Mais Brasil”, esses impactos são variados e afetam múltiplos aspectos da vida das crianças. Entre eles, podemos destacar:
O uso indiscriminado de dispositivos eletrônicos em sala de aula e durante intervalos pode distrair as crianças do processo educacional, dificultando o trabalho dos profissionais de educação e a socialização com os colegas.
Há uma preocupação crescente com os efeitos das telas na saúde mental das crianças. Problemas como irritabilidade, ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade são frequentemente associados ao uso excessivo de telas.
As telas podem afetar negativamente os padrões de sono e alimentação das crianças, levando a problemas como insônia e hábitos alimentares irregulares.
O uso excessivo de telas na infância pode levar a uma dependência digital, o que faz com que as crianças se sintam incapazes de se desconectar dos dispositivos eletrônicos.
A exposição prolongada às telas está associada ao sedentarismo, que pode contribuir para o aumento do risco de obesidade, além de afetar a autoestima das crianças.
O envolvimento excessivo com as telas pode levar a um desempenho escolar inferior e, em alguns casos, está relacionado ao bullying, tanto como vítima quanto como agressor.
As atividades virtuais, muitas vezes executadas sem supervisão adequada, expõem as crianças a riscos maiores de vitimização, como aliciamento para práticas criminosas, assédio moral, abuso e exploração sexual.
Em resumo, o uso excessivo de telas na infância apresenta uma série de riscos que podem afetar o desenvolvimento saudável das crianças. Por isso, é fundamental que pais, educadores e profissionais de saúde estejam cientes disso e trabalhem juntos para promover um uso mais consciente e equilibrado das telas.
A Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC) apresenta diretrizes claras e estruturadas sobre o uso de telas na infância, visando promover um equilíbrio entre os benefícios das tecnologias digitais e a prevenção de possíveis danos associados ao uso excessivo. Confira algumas recomendações:
Essas recomendações visam um equilíbrio saudável no uso de telas na infância, considerando tanto os benefícios tecnológicos quanto a importância do desenvolvimento físico, social e cognitivo das crianças.
Para uma utilização equilibrada das telas, a Associação Brasileira de OtorrinoPediatria (ABOPe) sugere:
Essas orientações ajudam a criar um ambiente familiar saudável e equilibrado em relação ao uso de tecnologias digitais.
Em um mundo cada vez mais conectado, onde o uso de telas na infância é uma realidade quase inevitável, é essencial relembrar a importância das brincadeiras ao ar livre.
Essas atividades proporcionam um equilíbrio saudável com o tempo de tela e oferecem benefícios inigualáveis para o desenvolvimento físico, emocional e social das crianças.
Além disso, brincadeiras ao ar livre incentivam a interação social e a construção de laços de amizade, habilidades essenciais para o desenvolvimento de crianças saudáveis.
Portanto, é fundamental que pais e cuidadores incentivem as crianças a se desligarem das telas e a explorarem as alegrias das brincadeiras ao ar livre. Para te ajudar nisso, criamos um texto com 15 ideias de brincadeiras ao ar livre para divertir as crianças! Nele, você vai encontrar várias sugestões divertidas e criativas para aproveitar o melhor do mundo lá fora com seus pequenos!